O TOD é um transtorno comum na infância e adolescência caracterizado por comportamentos inadequados e persistentes de irritabilidade, vingança e desafios. Segundo o DSM V o TOD é um transtorno disruptivo que envolve um padrão global de desobediência, desafio e comportamento hostil (APA, 2013).
As crianças e adolescentes geralmente apresentam estes comportamentos quando se deparam com figuras de autoridade em que não aceitam regras, discutem excessivamente com os adultos e não aceitam responsabilidade por sua má conduta. Perdem facilmente o controle quando contrariados.
O TDAH é um outro transtorno comum na infância/adolescência em que o distúrbio comportamental também está presente e, muitas vezes, pode estar associado ao TOD (30-50%) e que deve ser, portanto identificado e diferenciado para a realização de um tratamento adequado. Porém a desatenção e hiperatividade do TDAH são aspectos diferentes em comparação aos sintomas de irritabilidade e de oposição do TOD.
O transtorno opositivo desafiador não tem uma causa definida, mas acredita ser multifatorial incluindo fatores genéticos, neurofisiológicos, psicológicos e ambientais.
O diagnóstico se baseia em uma avaliação clínica do comportamento e da persistência, por no mínimo 6 meses, dos sinais de:
– Irritabilidade;
– Dificuldade em aceitar regras/limites;
– Desafios a figuras de autoridade;
O neurologista pediátrico frente a estes sinais analisa outros aspectos como a idade de início dos sintomas, persistência dos sintomas em ambientes diferentes e o comprometimento da relação familiar e social.
Crianças e adolescentes com diagnóstico de TOD muitas vezes são discriminadas tanto no ambiente escolar perdendo oportunidades quanto nos círculos de amizades por seu comportamento hostil e opositor.
Em caso de crianças e adolescentes que apresentam estes sintomas relacionados ao TOD é recomendado uma avaliação médica para confirmar ou descartar este diagnóstico e/ou outros distúrbios associados para iniciar precocemente um tratamento adequado com o objetivo de evitar ou amenizar os conflitos nas relações familiares e de amigos.
O tratamento adequado inclui uma abordagem multidisciplinar com suporte escolar, suporte familiar, terapia cognitivo comportamental e, muitas vezes, com tratamento medicamentoso de forma individualizada de acordo com a necessidade de cada criança. Somente um profissional com um acompanhamento regular do quadro clínico avaliando as reações das crianças/adolescentes frente as diferentes situações é capaz de indicar terapias e um medicamento eficaz para cada criança de acordo com suas necessidades e seu contexto familiar.
Portanto, é importante a avaliação de um especialista, geralmente um neuropediatra para esclarecimento do diagnóstico de transtorno opositivo desafiador com orientações à família e à escola em relação a alternativas para mudanças comportamentais e melhoria nas habilidades frente a frustrações visando um melhor desempenho escolar e melhor inserção da criança/adolescente no ambiente familiar e social.
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